CONHECER E AMAR O DEUS DAS ESCRITURAS

Trindade Santa,
As Sagradas Escrituras são a proclamação agradecida do Vosso plano de amor e salvação para com a Humanidade.

Ao mesmo tempo são um apelo e um convite a tomar-vos a sério, pois o vosso plano de amor não é um capricho, mas um plano de amor.

A vossa vontade coincide rigorosamente com o que é melhor para nós.
É por esta razão que é muito perigoso brincar convosco, Deus Santo, pois brincar com Deus é igual a brincar com o que é melhor para nós.

Vós não sois um Deus vingativo, mas brincar convosco, Deus Santo, significa entrar no caminho do malogro e do fracasso.

O Vosso amor por nós é incondicional. Vós não estivestes à espera que fôssemos bons para gostardes de nós.

Pelo contrário, sonhastes um plano de amor para nós, muito antes de nós existirmos e podermos ser bons.

Deus Santo,
A bíblia convida-nos a interagir convosco em forma de aliança, isto é, em harmonia com o projecto amoroso que sonhaste para toda a Criação.
A bíblia não se serve de dogmas para nos explicar o mistério de Deus. Pelo contrário, revela-nos o mistério de Deus contando histórias que evocam a vossa fidelidade e o amor incondicional de Deus.

Os textos bíblicos são um conjunto de histórias das quais o Espírito Santo se serve para provocar experiências reais do Deus Vivo no nosso coração.

Isto quer dizer que a Palavra de Deus é sempre um acontecimento vivo provocado pelo Espírito Santo no nosso coração.

É neste sentido que devemos entender o modo como Vós, Deus Santo, vos destes a conhecer a Moisés, dizendo-lhe que sois um Deus que está sempre a ser e, por isso, nunca se repete.

Moisés entendeu muito bem que sois um Deus que não envelhece nem se desgasta, sempre disposto a acompanhar o vosso povo, vá ele para onde for.

Quando falastes com Moisés a partir da sarça-ardente, Vós disseste-lhe: “EU SOU AQUELE QUE SOU” (Ex 3, 14).

Partindo destas Palavras, Moisés deduziu que Deus é um “EU SOU”, isto é, alguém que está sempre a ser, isto é, um Deus que apenas existe no presente, fazendo caminhada com o seu povo.

Por outras palavras, o Deus das Escrituras nunca foi um Deus do passado. Pelo contrário, Vós sois uma emergência sempre actual de três pessoas infinitamente perfeitas em total convergência de comunhão amorosa.

Depois de vos terdes revelado como o único, já podíeis provocar um salto de qualidade na marcha da revelação dizendo-nos que apesar de serdes um só Deus não sois um sujeito sozinho.

Em Jesus Cristo Vós vos revelastes, Deus Santo, como um Deus relações cujo rosto é uma Comunhão Familiar de três pessoas.

Na verdade, a Vida Plena só pode ser vida pessoal e em comunhão amorosa. Para falar de Vós como Vida em Plenitude, a bíblia diz que Deus é amor (1 Jo 4, 7).

A primeira Carta de São João, diz que os seres humanos apenas podem conhecer Deus se decidirem viver em dinâmica de amor:

“Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, pois o amor vem de Deus. Aquele que ama nasceu de Deus e chega ao conhecimento de Deus.

Aquele que não ama não chegou a conhecer Deus, pois Deus é Amor” (1 Jo 4, 7-8). Depois acrescenta: “Deus é Amor. Quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele” (1 Jo 4, 16).

Isto quer dizer que o Deus das Escrituras não é uma espécie de equação matemática que possa ser enunciada em fórmulas.

Trindade Bendita,
Vós sois um Deus que se conhece mais com o coração do que com a mente. Jesus disse isto quando proclamou as bem-aventuranças, dizendo:

“Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus” (Mt 5, 8).
Isto quer dizer que as pessoas, no Reino de Deus, se conhecem com o coração, pois a sua identidade espiritual é o seu jeito de amar, pois o Reino de Deus é um mistério de relações amorosas.
Na verdade, a Vossa morada, Deus Santo, é um campo espiritual contínuo de interacções amorosas, o qual constitui a interioridade máxima do Universo.

Glória a Vós, Deus Santo que sois Pai, Filho e Espírito Santo.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias








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