O Exercício da Bondade



a) Realização Pessoal e Bondade
b) Maturidade Humana e Bondade
c) Bondade e Capacidade de Perdoar
d) Bondade e Comunhão Universal


a) Realização Pessoal e Bondade

A bondade é uma capacidade adquirida pela pessoa, a qual confere uma força humanizante às relações. A maldade, pelo contrário, desumaniza as relações entre as pessoas, criando focos de agressividade e violência. A bondade exprime-se como capacidade de amar, alegrando-se com o bem que acontece às pessoas. É também uma disposição de se dar para ajudar os outros a ser felizes.

Esta capacidade não é um fruto que brote de modo natural e espontâneo. O ser humano não é capaz de ser bom antes de alguém ter sido bom para ele. A pessoa muito marcada pela maldade dos outros torna-se azeda e agressiva. É muito difícil para esta pessoa confiar e deixar-se amar, pois habitualmente está numa atitude de defesa. Como já foi muito magoada tem medo de que voltam a magoá-la. Isto quer dizer que a bondade precisa de uma calda de amor para emergir e se fortalecer. Na verdade, o amor é uma dinâmica de bem-querer que tem como origem a pessoa e como meta a comunhão.

Um dos principais frutos da humanização da pessoa humana é a bondade. Quando dizemos que determinada pessoa é muito humana, no fundo estamos a dizer que é uma pessoa muito boa. Humanização, realização pessoal e bondade são aspectos interrelacionados e acontecem como processo histórico. Somos seres em construção histórica. Eis a razão pela qual um ser humano, para se dizer, tem de contar uma história. Quando nos queremos comunicar em profundidade sentimos necessidade de contar a nossa história. Por estar em realização histórica, a pessoa humana estrutura-se de modo gradual e progressivo.

A força que estrutura e faz avançar a realização pessoal é o amor. Só o amor possibilita uma boa estruturação pessoal. É esta a razão pela qual o mal amado emerge como pessoa complicada, mal estruturada e condicionada nas suas possibilidades de realização. Nascemos com um leque de talentos que são a condição básica da nossa realização pessoal. Ninguém é herói por ter recebido muitos talentos. Também não somos culpados se o feixe das capacidades que recebemos é limitado. A heroicidade, portanto, está na fidelidade aos talentos que recebemos. A bondade cresce na medida em que o ser humano se realiza numa linha de fidelidade aos talentos que recebeu ... (Ler o Texto Completo)

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