A nossa Fé garante-nos que Cristo ressuscitou
e todos nós tomaremos parte na sua vitória sobre a morte.
São João diz que Jesus, ao ressuscitar,
nos vai dar a Água da Vida Eterna, isto é, o Espírito Santo,
graças ao qual a Vida Eterna passará a fluir no nosso coração (Jo 7,37-39).
Graças à nossa união orgânica com Cristo, diz São Paulo,
nós formamos um corpo, do qual Cristo é a Cabeça:
“Assim como o corpo é um, apesar de ter muitos membros, assim também Jesus Cristo.
De facto, nós fomos baptizados num só Espírito,
a fim de formarmos um só corpo, tanto os judeus como os gregos,
os escravos ou homens livres.
Todos nós bebemos de um só Espírito (1 Cor 12, 12-13).
Recorrendo à imagem do Paraíso primitivo,
São João sugere que Jesus Cristo é a Árvore da Vida
que estava no centro do Paraíso cujo fruto nos dá a Vida Eterna.
Querendo afirmar que o Homem foi criado para a Vida Eterna
e não para terminar na morte,
o Livro do Génesis diz que, no centro do Paraíso, estava a Árvore da Vida Eterna.
Depois acrescenta que, devido ao pecado de Adão,
o Paraíso foi fechado para Humanidade (Gn 3, 22).
Ao sugerir que Cristo ressuscitado é a Árvore da Vida,
São João diz que o fruto desta Árvore é o Espírito Santo (Jo 7, 37-39).
As pessoas que se alimentam deste fruto têm a Vida Eterna:
“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue
tem a vida eterna e eu hei-de ressuscitá-lo no último dia (…).
Com efeito, quem come a minha carne e bebe o meu sangue
fica a morar em mim e eu nele” (Jo 6, 54-56).
Como vemos, o ser humano ressuscita
na medida em que está unido a Cristo.
Não devemos confundir ressurreição com simples imortalidade.
A pessoa humana, devido à sua condição de ser pessoal-espiritual, é imortal.
A ressurreição implica ser vivificado pelo Espírito Santo
que é o sangue da Nova Aliança, o qual vivifica todo o corpo de Cristo.
O coração do Evangelho é a Boa Notícia da nossa ressurreição em Cristo
e não o mero anúncio da imortalidade da alma.
É verdade que só ressuscita o que em nós é imortal.
Mas a simples imortalidade não dá acesso à ressurreição em Cristo,
a qual implica a nosso incorporação na Comunhão Familiar da Santíssima Trindade.
A ressurreição com Cristo implica a assunção,
isto é, a plena incorporação da pessoa na Comunhão Familiar da Santíssima Trindade.
Podemos dizer que a nossa existência tem sentido
na medida em que vivemos para amar e vamos morrendo por amor
ou seja, gastando a nossa vida pelas causas do amor.
À luz do amor incondicional de Cristo podemos dizer que o amor
é uma dinâmica de bem-querer que vale tanto para viver como para morrer.
A ressurreição de Cristo é a garantia
de que a meta para a qual estamos a caminhar não é o vazio da morte,
mas a Vida Eterna com Cristo ressuscitado.
A Carta aos Romanos diz que assim como a morte veio por Adão,
a vitória sobre a morte veio por Jesus Cristo, o Novo Adão (Rm 5, 18).
Com o aparecimento da Humanidade, surgiu no Universo
a densidade da vida pessoal-espiritual.
A Criação atingiu a possibilidade de comungar com o Criador.
Só não participa na plenitude da Vida Eterna a pessoa que se estrutura
de modo sistemático e incondicional contra o amor, ficando reduzida a si.
São Paulo diz que estamos talhados para a Comunhão Universal da Família de Deus:
Ao criar-nos, Deus predestinou-nos para sermos conformes com o Seu Filho,
a fim deste ser o primogénito de muitos irmãos (Rm 8, 28-29).
Trindade Santa,
Nós vos louvamos por serdes um Comunhão Familiar Amorosa
e nos criardes com a possibilidade de sermos divinizados
mediante a nossa incorporação na vossa Família.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias
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