A Arte de Vencer o Pecado



a) Atitudes Para Vencer o Pecado
b) A Arte de Fortalecer o Amor

a) Atitudes Para Vencer o Pecado

Como opção contra o amor, o pecado bloqueia e condiciona a realização do pecador, bem como das pessoas que são vítimas desse pecado. Quando uma pessoa se recusa a amar e rejeita o amor dos outros bloqueia a dinâmica da sua realização e limita as possibilidades de comungar com Deus e os irmãos. Mas o pecador pode alterar a situação, procurando curar as feridas do seu pecado e moldar um coração novo.

Há uma série de atitudes importantes que ajudam a pessoa a moldar um coração novo, restaurando os rasgões provocados pelo pecado, curando feridas e eliminando bloqueios que impeçam a pessoa de crescer em humanidade. Eis algumas dessas atitudes que são um bálsamo excelente para curar as feridas de um coração ferido pelo pecado:

*É importante saber reconciliar-se com as pessoas que tenha magoado e marginalizado.
*A pessoa verdadeiramente amadurecida não está sempre a deitar para cima dos outros as culpas das próprias insatisfações e fracassos.
*É sinal de excelente maturidade aceitar as próprias limitações e procurar realizar-se com os talentos reais de que dispõe, sem estar sempre a pretender ser um super-homem.

*É fundamental cultivar a humildade. Ser humilde é ser verdadeiro em relação a si e aos outros. Um aspecto fundamental da humildade é o reconhecimento de que uma pessoa, para se realizar, precisa dos outros. A humildade não significa que uma pessoa se deva anular, mas significa que a pessoa está consciente de que precisa dos outros para se realizar e ser feliz.

*É importante ter presente que a pessoa que se fecha aos outros não se pode realizar e possuir plenamente. Na verdade, a plenitude da pessoa não está em si, mas na reciprocidade da comunhão.

*Para amar bem o outro, é importante que a pessoa se treine na arte de saber escutar. As pessoas imaturas só conseguem escutar a sua voz e, por isso, não são capazes de sintonizar e comungar com os outros. Quando estão perante outras pessoas que comunicam bem orientam o diálogo, estas pessoas ficam nervosas e agressivas.

*Só o amor cura realmente as feridas do pecado. Mas o amor passa por pequenas coisas. Uma atitude importante e um bom sinal de amor é a preocupação por ser pontual. Na verdade, a pontualidade é sinal de atenção e respeito para com a pessoa do outro.

*Outro aspecto importante para curar as feridas do nosso pecado é ter cuidado para não julgar os outros e evitar a crítica fácil e destrutiva. A crítica é muitas vezes uma fuga de si mesmo e uma projecção dos próprios defeito nos outros. A pessoa com grande tendência a criticar deve fazer de vez em quando um plano para passar vinte e quatro horas sem criticar. Procedendo assim está a moldar o seu coração para comungar mais e melhor com Deus e os irmãos.

*O coração é a fonte da qual emergem as boas e as más decisões. Jesus põe-nos de sobreaviso dizendo que o coração é a fonte do nosso pecado. Eis as suas palavras: “É do coração que procedem as más intenções” (Mt 15, 19).

*A pessoa que procura ser habitualmente amável e serena nas relações com os outros está já a realizar a bem-aventurança dos mansos os quais, diz o evangelho de São Mateus, possuirão a Terra (Mt 5, 5). Quando procura agir deste modo chega mais longe no caminho da sua realização e felicidade. A amabilidade desmonta muitas das agressividades com que as pessoas pretendiam agredir-nos. Façamos a experiência de nos portarmos de modo calmo e sereno nos momentos em que alguém está a ser brusco ou agressivo para connosco.

O resultado desta atitude é verdadeiramente miraculoso! Se tentarmos cultivar a amabilidade e a serenidade nos momentos de tensão e dificuldade ficaremos espantados com a força vencedora destas atitudes. Com efeito, estas atitudes acabam por destruir as setas aguçadas com que os outros nos queriam atingir!

*Para curarmos as feridas que o pecado provocou no nosso coração é muito importante aprendermos a criar espaços de silencia, a fim de podermos meditar e orar. Nestes momentos de silêncio a pessoa adquire uma luz que a ajuda a descobrir caminhos para poder adquirir a força interior que a capacita cultivar relações de fraternidade e comunhão com os outros.

*É muito importante que a pessoa reconheça o seu erro nos momentos em que se engana. Esta atitude não é humilhante. Pelo contrário, revela uma excelente grandeza de coração que leva as outras pessoas a aceitar-nos e a sentirem mais vontade de comunicar connosco.

*Aprenda a dar a primazia. Esta atitude é uma delicadeza que não passa despercebida e que tem respostas muito significativas.
*Saiba reconhecer os momentos mais importantes e oportunos para falar e os melhores para escutar.

*Evite cair no tipo de argumentos inúteis e fanáticos que só servem para exaltar os ânimos, sobretudo quando sentir que não estão em causa verdadeiros valores e que esse tipo de argumentação apenas servem gerar discussões inúteis.
*Não tente justificar os seus erros e enganos. É muito importante saber reconhecer quando o outro tem razão.

*Abra o coração ao Espírito Santo. São Paulo diz que o Espírito Santo é o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5, 5). O Espírito Santo ajuda-nos a compreender o sentido profundo da Palavra de Deus, a fim de adquirirmos a Sabedoria que vem de Deus e nos capacita para apreciarmos as coisas com os critérios de Deus.

Eis o que o profeta Isaías diz sobre a fecundidade da Palavra no nosso coração: “A chuva e a neve descem do céu e não voltam para lá antes de terem empapado a terra tornando-a fecunda e fazendo germinar as sementes. Deste modo a terra dá grão ao semeador e pão para os seres humanos comerem. Do mesmo modo, diz o Senhor Deus, a palavra que sai da minha boca não voltará para mim sem ter realizado a minha vontade e sem ter cumprido a sua missão” (Is 5, 10-11).

*Apoia a tua confiança no amor incondicional de Deus. Toma a sério a presença do Espírito no teu coração e conta com ela. Lembra-te que não és capaz de impedir que o Espírito Santo esteja junto a ti e te ame. Na verdade, rompemos com Deus sempre que rompemos com o amor, mas mesmo assim não somo capazes de impedir que Deus nos ame, pois o amor de Deus é incondicional. Mas atenção, pois isto não impede a possibilidade do fracasso.

Na verdade, o amor pode ser unilateral, mas a comunhão, não. Por outras palavras, apesar de não conseguirmos anular o amor de Deus por nós, podemos impedir a nossa comunhão com ele, fechando-nos ao seu amor. O amor pode ter uma só direcção, mas a comunhão só pode acontecer na dinâmica da reciprocidade.

Façamos do amor a Deus o rochedo sólido sobre o qual podemos edificar e viver uma vida feliz, mas lembremo-nos de que o amor a Deus passa sempre pelo amor aos irmãos. As atitudes mencionadas oferecem-nos um conjunto enorme de possibilidades para curarmos o nosso coração das feridas do pecado.

É importante termos presente que o perdão do pecado não é um acto jurídico: riscar a anotação de culpado. O perdão do pecado é a restauração da nossa interioridade rasgada pelas recusas de amor. Esta restauração não acontece sem a presença criadora do Espírito Santo no nosso coração. O Espírito Santo é a ternura maternal de Deus activa e fecunda no nos nossos corações (cf. Rm 5, 5). É uma pessoa divina que tem como jeito de ser a animação de relações entre as pessoas divinas e as humanas.

Eis a razão pela qual o enxerto do divino, isto é, a Encarnação acontece pelo Espírito Santo, como dizemos no Credo. É por esta mesma razão que nós somos incorporados na Família Divina pelo mesmo Espírito Santo (Rm 8, 14). O perdão do pecado acontece no nosso íntimo pela acção do Espírito Santo que restaura o nosso coração, ajudando-nos a passar do egoísmo para a comunhão fraterna.

Na medida em que se dá esta recriação, acontece o nascimento do Homem Novo, o qual nasce do Espírito, como diz o evangelho de São João, pois a sua natureza é espiritual (Jo 3, 6). À medida em que o Homem Novo vai nascendo, as nossas relações com Deus e os irmãos vão-se optimizando.

Eis o que diz o evangelho de São Mateus sobre a necessidade de perdoarmos aos irmãos, a fim de vivermos em plena comunhão com Deus: “Porque se perdoardes aos vossos irmãos, também o vosso Pai do Céu vos perdoará. Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai vos não perdoará as vossas” (Mt 6, 14-15).

O nosso egoísmo só pode ser vencido de modo gradual e progressivo através de atitudes de amor. Eis, a título de exemplo, algumas atitudes que nos podem ajudar a vencer em nós as forças negativas do egoísmo:

*Tomar a pessoa do outro a sério, tentando compreendê-lo nas suas diferenças e nas suas motivações mais profundas.
*Treinar-se na arte de facilitar a realização dos outros, aceitando-os e valorizando as coisas boas que eles fazem.
*O importante é aceitar o outro por ele ser o que é e não tanto por fazer o que eu gostaria que ele fizesse.

*habituar-se a confiar no outro, a fim de merecer a sua confiança e, deste modo, poder ajudá-lo e aconselhá-lo sem ser rejeitado.
*Estar atento às crises de crescimento das pessoas com quem vivemos, a fim de as ajudar a ultrapassar essas crises. Como sabemos, não há crescimento sem crises.
* Comunicar esperança e não pessimismo. É importante preferir palavras e expressões que exprimam o sentido positivo da vida.
* Procuremos não alimentar no nosso coração sentimentos negativos, tais como ressentimentos ou planos de vingança.

*Nos nossos diálogos, procuremos sempre comunicar numa linha de verdade e autenticidade.
* No trato com os outros, não estejamos sempre a olhar só para os nossos interesses pessoais, mas procuremos ajudar as pessoas partilhando com eles o nosso ter e também o nosso saber.
*Cultivemos o sentido de pertença em relação à família e aos grupos dos quais fazemos parte, a fim de sermos fermento de fraternidade e comunhão.
*Procuremos conhecer as qualidades dos outros e apreciar as coisas boas que eles fazem. É importante compreendermos que o bem que os outros fazem não deixa de ser bem só porque não foi feito por nós.

*Tentar compreender e aceitar a história das pessoas, a fim de sermos capazes de as aceitar e compreender.
*Lembremo-nos de que os outros são um dom de Deus para nós, pois são mediações de realização para nós. Na verdade ninguém se realiza sozinho.
*Não nos esqueçamos de que é com os outros que nós faremos parte da Família de Deus. Na verdade, a Família de Deus não assenta nos laços do sangue mas sim nos laços da Comunhão no Espírito Santo.

*Nos grupos de convívio ou de vivência da Fé é importante estarmos abertos ao novo e ao diferente, e aceitar as novas formas e ver e compreender a realidade. Lembremo-nos de que só o Espírito Santo possui a totalidade da Verdade. Se no nosso grupo de pertença houver metas e objectivos elaborados por todos, a melhor maneira de nos realizarmos e sermos felizes é ser solidário com essas metas e objectivos, mesmo que haja algumas coisas com as quais não estamos em sintonia.

* A melhor maneira de atingirmos a maturidade pessoal e vencermos o nosso egoísmo, é tomarmos consciência de que não somos bons em tudo. Em princípio, a família, o grupo ou a comunidade onde haja grande diversidade de qualidades e carismas chega mais longe, proporcionando um melhor contexto para a realização das pessoas.

*Lembremo-nos de que a maneira mais e perfeita de amar é facilitar a emergência da riqueza interior dos outros e não pretendermos ser a medida deles. É fundamental termos presente de que não somos a medida dos outros. Conviver com pessoas que atentas e respeitadoras dos outros é uma sorte, pois é este o meio de nos podermos realizar como pessoas únicas, originais e irrepetíveis.

*Uma pessoa será tanto mais adulta e capaz de ajudar os outros quanto melhor souber compreender que o amor não se confunde com apego sentimentalista ou desejo de controlar os demais. A pessoa que se deixa enredar pelo sentimentalismo ou desejo de controlar e manipular o outro não consegue vencer as forças negativas do egoísmo que a impedem de emergir como pessoa livre e capaz de comungar amorosamente. As pessoas que põem o amor e a fraternidade em primeiro plano são uma mediação privilegiada do amor de Deus. As pessoas egoístas, pelo contrário, favorecem o aparecimento de pessoas mal estruturadas e oprimidas.

* A pessoa que ama aceita os defeitos do outro, está a amá-lo incondicionalmente e a impedir que ele seja marginalizado. Ao mesmo tempo, esta pessoa sabe reconhecer e felicitar o outro pelas suas qualidades, sabendo que este é o melhor modo de o ajudar a encontrar forças para vencer os seus defeitos.

*A pessoa que ama não está sempre a exigir disponibilidade da parte do outro, mas procura estar disponível para quando este precisar de si.
*Quando dá uma opinião ou um conselho, procura comunicar o melhor da sua experiência e do seu saber. A pessoa egoísta, pelo contrário, tende sempre a reservar o melhor para si.
*A pessoa que ama sabe alegrar com os sucessos do outro como se estes fossem próprios. A pessoa egoísta, pelo contrário, reage como se os sucessos do outro fossem um perigo ou um mal para si.

*A pessoa que ama é discreta no seu modo de fazer o bem, de tal modo que o outro não se apercebe do sacrifício que está a ser feito em seu favor.
*A pessoa que ama não se afasta do outro por causa dos seus fracassos.
*Além disso, evita magoar o outro. Mas porque é leal e sabe amar, não deixa de dizer a verdade, mesmo sabendo que o outro pode não gostar.

*A pessoa que ama é transparente no seu modo de se relacionar. Por isso o outro se sente seguro, pois sabe que há alguém em quem pode confiar. Jesus convidou-nos a lutar contra as forças negativas do pecado, a fim de facilitarmos o nascimento do Homem Novo, o único que pode tomar parte na Comunhão da Família de Deus. O pecado só pode ser vencido através de gestos e atitudes de amor, alguns dos quais vamos ter presentes neste momento:

*Em primeiro lugar, para vencer o egoísmo é importante tomar a sério a pessoa do outro, aceitando-a nas suas diferenças.
*É fundamental aceitar o outro por ele ser o que é e não tanto por fazer o que eu gostaria que ele fizesse.
* A pessoa que vence em si as forças negativas do egoísmo e do pecado torna-se uma mediação de paz, esperança e optimismo em vez do negativismo estéril que oprime e bloqueia a realização das pessoas.

*É fundamental não alimentar ressentimentos ou planos de vingança no nosso coração. O Espírito Santo é um mestre na arte de favorecer e alimentar relações de amor e comunhão. Com ele será mais fácil para nós vencermos a tendência de girar à volta dos nossos interesses mesquinhos, esquecendo as necessidades e os interesses dos nossos irmãos.

*É importante cultivar o sentido de pertença em relação à família e aos grupos dos quais fazemos parte, a fim de sermos capazes de vencer o egoísmo, construindo fraternidade e comunhão.
*É importante aprendermos a olhar as qualidades dos outros e compreender que o bem que eles fazem não deixa de o ser só porque não foi feito por nós.

*Se contarmos com a presença libertadora do Espírito Santo em nós pouco a pouco vamos adquirindo a limpidez de coração, a fim de compreendermos e sabermos aceitar as pessoas tal como elas são.
*A pessoa que luta contra o egoísmo começa a compreender que ninguém é bom em tudo e, portanto, vai tomando consciência de que devemos valorizar as capacidades e os talentos dos outros.

*Para vencer o egoísmo é importante aprender a ajudar as pessoas de modo gratuito, evitando amarrá-las ou subjugá-las a sentimentalismos egoístas que as impedem de ser livres e felizes.
*As pessoas que dão coisas para amarrar os outros nem se tornam felizes nem ajudam os demais a ser livres, criativos e felizes.
*Ajuda-nos a crescer na maturidade que ama sem estar sempre a exigir disponibilidade da parte do outro, embora saiba estar disponível para quando este precisar de si.


b) A Arte de Fortalecer o Amor

Ao nascer, o ser humano ainda não é capaz de amar, pois os seus impulsos gravitam totalmente em sentido egocêntrico. Isto quer dizer que o amor não é uma interacção espontânea, mas sim fruto de decisões e opções no sentido de eleger o outro como alvo de bem-querer, aceitá-lo como é agir de modo a facilitar a sua realização e felicidade. A lei do amor é esta: ninguém é capaz de amar antes de ter sido amado e o mal amado ama mal, embora não tenha culpa. O amor, portanto, é uma dinâmica de bem-querer que tem como origem a pessoa e como meta a comunhão. Eis algumas atitudes importantes para alimentar o amor e a comunhão:

*A pessoa que ama relaciona-se de modo cooperante e não concorrencial.
*Amar é ajudar o outro a gostar de si, condição essencial para se sentir estimulada a decidir e agir no sentido da sua realização.
*Amar é ajudar o outro a sentir que não está só. Isto é muito importante para a pessoa sentir força se tornar criativa e ser capaz de correr riscos.
*Amar é ajudar o outro a suportar os fardos com que a vida, por vezes, nos carrega.
*Amar é facilitar a emergência pessoal-espiritual do outro, dando-lhe oportunidades para que se realize como pessoa livre, consciente e responsável.

*Quem ama não substitui, mas cultiva a arte de ajudar sem se sobrepor.
*O amor ajuda a pessoa a compreender que é melhor dar do que receber e que é dando que a pessoa recebe.
*Amar é ajudar o outro a descobrir sentidos para viver de modo empenhado e criativo, valorizando as suas realizações.
*Amar é ser capaz de ficar calado quando se está magoado, esperando a oportunidade certa para dialogar serenamente.

*Amar é acreditar no outro e não pretender que a minha opinião é a única válida.
*Amar é cultivar a arte de saber escolher como tema de conversa e passatempo assuntos agradáveis ao outro.
*Amar é também estar atento e saber calar-se quando sentimos que a nossa conversa está a cansar o outro.
*Amar é tentar descobrir e reconhecer as qualidades do outro, em vez girar obsessivamente em volta dos seus defeitos.

*Amar é ser capaz de partilhar não só o que temos, mas sobretudo o que somos. É também saber que é mais importante dar tempo ao outro do que dar-lhe coisas. Na verdade, a disponibilidade para escutar e acolher e acolher o outro é mais importante do que os presentes.
*Amar é aceitar as diferenças, deixando o outro ser como e não pretender que ele seja uma cópia de nós mesmos.

*É importante ter presente que ama mais quem dá o primeiro passo na linha da reconciliação. É assim que Deus age para connosco, ao perdoar-nos e reconciliar-nos consigo em Cristo, não levando mais em conta os pecados dos homens.

*Amar é estar atento para ver se o outro está precisando de mim. Não basta pensar: “quando quiser que venha ter comigo”. Amar é estar disposto a morrer a muitos planos e gostos para dar e esta atento para se antecipar na ajuda e cooperação.

*Jesus levou o amor até à sua expressão máxima: “Dar a vida pelo amigo”. O nosso amor será tanto mais perfeito quanto mais nos aproximarmos desta meta.
*O amor modela o nosso coração para a comunhão e capacita-nos para sabermos edificar a nossa casa sobre a rocha firme.
*Agora já podemos compreender como o amor é a veste indispensável para participarmos no banquete do Reino de Deus.

*O amor é sempre gerador de liberdade e criatividade. Na verdade, a liberdade é a capacidade de se relacionar amorosamente com os outros e interagir criativamente com os acontecimentos e as pessoas.
*O amor modela e capacita a pessoa para o dom e a gratuidade. O amor compreende que a pessoa não se reduz aos seus defeitos e por isso procura aceitar a pessoa tal como é.
*A pessoa que ama verdadeiramente fixa-se sobretudo nas qualidades dos outros e congratula-se com os seus sucessos.

*Não está sempre a exigir disponibilidade da parte do outro, mas procura estar disponível quando este precisa de si.
*Quando tem que dar uma opinião ou um conselho, a pessoa que ama procura comunicar sempre o melhor da sua experiência e do seu saber. O egoísmo, pelo contrário, leva a pessoa a reservar sempre o melhor para si.

*A pessoa que ama é discreta no seu modo de se dar, ao ponto de o outro, muitas vezes, não se aperceber do sacrifício que está a ser feito em seu favor. Eis a razão pela qual a pessoa que ama de verdade é sempre a primeira a ser recordada nos momentos em que estamos em sofrimento ou em dificuldade.

*A pessoa que ama evita magoar, mas não deixa de dizer a verdade, sobretudo quando está em causa o bem do outro. Por isso o outro sente que seria mais pobre se não tivesse encontrado a pessoa que o ama. No seu hino ao amor, São Paulo menciona algumas atitudes fundamentais para a pessoa que quer tomar o amor a sério. Eis algumas das suas afirmações:

“ Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se eu não tiver amor sou como um sino que soa ou um címbalo que retine. Ainda que eu tenha o dom da profecia e conheça toda a ciência e os mistérios. Ainda que eu tenha uma Fé tão grande que seja capaz de transportar montanhas, se não tiver amor nada sou. Ainda que eu distribua todos os meus bem e entregue o meu corpo para ser queimado, Se não tiver amor, de nada me aproveita.

O amor é paciente e prestável. O amor não é invejoso. Não é arrogante nem orgulhoso. O amor não procura o seu próprio interesse e nada faz de inconveniente. O amor não guarda ressentimento. Não se alegra com a injustiça, mas rejubila com a verdade. O amor tudo desculpa. Acredita sempre. Tudo suporta e tudo espera. O Amor jamais passará” (1 Cor 1-8). Na verdade, o amor é imortal, pois Deus é Amor (1 J0 4, 7).

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