a) Reconciliação e Espírito Santo
1-O Pecado e a Ira de Deus
2- Nova Aliança e Reconciliação Universal
b) Reconciliação e Cultos Propiciatórios
1- O Culto Não Reconcilia
2- Reconciliação e Presença de Deus
3- Comunidade Cristã e Reconciliação
a)Reconciliação e Espírito Santo
1- O Pecado e a Ira de Deus
A Antiga Aliança fundamentava as relações do Homem com Deus no esquema simplista de a transgressão gera castigo e a fidelidade gera bênção e felicidade. Deus não quer o pecado. Por isso virá um dia que Deus vai destruir os pecadores, a fim de erradicar o pecado da face da terra. Nesse dia só escapará o grupo dos justos, os quais formarão o pequeno resto fiel.
O dia em que Deus vai realizar a punição dos pecadores passa a ser conhecido como o dia da ira de Yahvé. Este dia de tragédia para a Humanidade é um dia de acção de graças para os justos. O Dia da ira é um dos temas centrais dos escritos apocalípticos, bem como dos escritos do judaísmo posterior aos profetas.
Aparece sempre ligado à ideia da salvação de um pequeno Resto Fiel. O dia da ira é o que mais tarde se veio a chamar de dia do juízo. A intenção destes escritos é sobretudo dar força aos justos que sofrem para serem fiéis a Deus e parece que a vida dos pecadores corre melhor que a deles. Eis a razão das grandes ameaças em relação aos pecadores e a promessa da alegria que aguarda os justos.
Por outras palavras, ao lado da ameaça de tragédias e sofrimentos em relação aos pecadores, os textos apocalípticos realça a alegria e a plenitude de vida que aguardam os justos no dia da intervenção de Deus. Mais que um sentido trágico da vida, os textos apocalípticos são um grito de esperança para os que gastam a vida a fazer o bem e a servir o Senhor. Os justos são designados por pequeno resto ou como resto fiel. O “Shalom Messiânico”, isto é, a felicidade, a paz e a prosperidade dos tempos messiânicos serão o grande dom final que Deus vai conceder aos justos.
O Dia da Ira é ameaçador, mas apenas para os pecadores. O profeta Isaías diz que Deus, nesse dia, vai fazer justiça e punir a maldade. O Senhor tem um exército celeste, constituído por uma multidão de anjos preparados para executar o castigo divino. Os homens olharão uns para os outros cheios de terror. Hão-de gemer como uma mulher que está para dar à luz. O Sol e a Lua deixarão de brilhar (Is 13, 4c-10). Os habitantes da Terra serão destruídos e reduzidos a um pequeno número, o pequeno resto dos fiéis (Is 24, 6).
Deus conduzirá este resto Fiel e com ele reinará em Jerusalém (Is 24, 23). Nesse dia, os justos que tenham falecido ressuscitarão, a fim de tomarem parte neste Reino Glorioso que Deus vai formar (Is 26, 19). Esse será o dia da vingança. Só o pequeno resto dos justos será salvo. (Is 35, 4).
Então o Senhor Deus habitará para sempre na Jerusalém restaurada e a promessa feita a David será plenamente realizada (Is 55, 3-5). A Nova Jerusalém não precisará de luz, pois no seu centro está a glória de Deus, a qual forma a luz eterna da Nova Jerusalém. E Deus habitará para sempre no meio dos justos (Is 60, 19-21). A salvação do resto fiel será realizada pela presença do próprio Deus no seu meio (Is 63, 9). Nesses dias Deus vai suscitar novos céus e uma nova terra e o “Shalom”, o conjunto das bênçãos de Deus vai encher a Cidade de Deus (Is 65, 17-18).
Os pecadores escusam de pôr a esperança no Templo ou no culto. Nenhuma casa pode Ter a pretensão da presença de Deus. A “shekinah” (o ponto da Terra sobre o qual incide o olhar de Deus) é o coração dos humildes e dos pecadores que se converteram. Não são os cultos e sacrifícios que obtêm a salvação e a benevolência de Deus, mas sim a misericórdia para com os fracos e os desprotegidos. É esta atitude de coração que purifica e obtém o perdão dos pecados (Is 1, 12-19). O senhor vai punir através do fogo. Julgará os pecadores pelo fogo e a espada. Muitas vão ser as vítimas da ira divina naquele dia (Is 66, 15-16). O resto fiel permanecerá para sempre com o Senhor. Os cadáveres dos pecadores serão causa de pânico e horror para os justos. O fogo que os punirá não se extinguirá jamais (Is 66, 18-24).
O profeta Jeremias diz que o templo, no dia da ira, será destruído (Jer 26, 9) e o Senhor entregará os pecadores ao fio da espada. O flagelo estender-se-à sobre a terra, a qual ficará deserta devido ao fogo da cólera de Deus (Jer 25, 29-37). Apenas o resto fiel será salvo (Jer 31, 7-8). Nesse dia, Deus fará com este resto fiel uma Nova Aliança, a qual não vai fundamentar-se na letra da Lei mas no dom do Espírito Santo, o qual habitará no coração dos fiéis (Jer 31, 31-34).
O profeta Ezequiel viveu a dura experiência do exílio dos judeus na Babilónia. Interpreta os sofrimentos do exílio como sendo o início do dia da ira. Por isso faz apelo aos judeus para que convertam, a fim de escaparem ao dia da ira que se está a avizinhar. Só os fiéis serão escolhidos para habitarem na Nova Jerusalém. Esta vai ser restaurada juntamente com a casa de David, pois Deus é fiel e verdadeiro.
O dia do Senhor está próximo, dizia Ezequiel. O Senhor vai derramar a Sua cólera sobre os caldeus que estão a maltratar o povo de Deus. Mas os judeus infiéis serão punidos e sofrerão o mesmo castigo dos caldeus. Aproxima-se o tempo. O dia está próximo. Nesse dia nem o ouro ou a prata os poderão salvar (Ez 7, 5-19). Os justos vão ser assinalados, a fim de escaparem à ira do Senhor. Todos serão exterminados, excepto os assinalados na fronte. Estes constituirão o pequeno resto poupado por Deus (Ez 14, 22). Deus vai conceder um coração e um espírito novo aos que restarem fiéis, os quais serão reconduzidos para Jerusalém onde encontrarão a felicidade, a paz e a prosperidade (Ez 11, 17-19).
Os poderosos vão ser humilhados. Os simples e os pobres vão ser exaltados: “Retira a tiara. Depõe a coroa. As coisas vão mudar, pois o humilde será exaltado e o que está no alto será humilhado (Ez 21, 30-31). O dia da ira atingirá a terra inteira. Será um dia de punição para todos os povos (Ez 30, 3s). Nesse dia os céus ficarão encobertos. As estrelas e os demais corpos celestes deixarão de brilhar. As trevas cobrirão a Terra (Ez 32, 7-8).
À frente do rebanho de Deus, isto é, o pequeno resto, o Senhor vai colocar um pastor que sairá da casa de David. Então Yahvé será o único Deus e o descendente de David o único pastor. Israel terá uma paz sem limites (Ez 34, 11-25). Os que forem achados fiéis serão restaurados no seu coração. O Senhor vai transformar o seu coração de pedra, infundindo neles o Espírito Santo (Ez 36, 24-28). O povo, no exílio, está a sofrer uma situação de destruição e morte. Parece um montão de esqueletos ressequidos. Mas estes ossos vão ser reanimados e ressuscitar, graças à acção do Espírito de Deus (Ez 37, 5-12). A nova Jerusalém terá doze portas, cada qual com o nome de uma tribo de Israel (Ez 48, 31-35).
2- Nova Aliança e Reconciliação Universal
O Novo Testamento reconhece em Jesus o Messias prometido a David (2Sam 7, 12-16). É ele o anunciado o anunciado pelos profetas, o medianeiro da reconciliação Universal. Para realizar esta missão foi ungido com a plenitude do Espírito Santo (Mt 3, 13-17; Mc 1, 9-11; Lc 3, 21-22; Lc 4, 10-21).
A Nova Aliança acontece em Cristo que é o Homem Novo. Além de realizar as promessas messiânicas, Jesus torna-se o salvador não só dos judeus como de toda a Humanidade. Ele veio como Novo Adão, tornando-se a cabeça da Nova Humanidade: “O Senhor Deus disse: “eis que o Homem, quanto ao conhecimento do bem e do mal, se tornou como um de nós. Agora é preciso que ele não estenda a mão para se apoderar também do fruto da Árvore da Vida e, comendo dele, viva para sempre. Então, o Senhor Deus expulsou Adão do Jardim do Éden (…). Depois de ter expulsado o Homem colocou a oriente do jardim uns Querubins com uma espada flamejante, a fim de guardarem o caminho da Árvore da Vida” (Gn 3, 22-24). São Paulo diz que Cristo é o Novo Adão, a cabeça da Nova Humanidade reconciliada com Deus (2 Cor 5, 17-19).
Ele é a Árvore da Vida que nos dá o fruto da Vida Eterna, diz o evangelho de São João: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a Vida Eterna e eu hei-de ressuscitá-lo no último dia, pois a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue verdadeira bebida. Quem come a minha carne a bebe o meu sangue fica a morar em mim e eu nele. Assim como o Pai que me enviou vive e Eu vivo pelo Pai, também o que me come viverá por mim” (Jo 6, 54-57).
O fruto da Árvore da Vida é o Espírito Santo, o qual faz de nós ramos fecundos (Jo 15, 4-6). O Paraíso sonhado pelo livro do Génesis torna-se finalmente realidade. Os que são animados pela seiva da Árvore da Vida, o Espírito Santo, participam da Vida Eterna, sendo organicamente incorporados na Família de Deus, como diz São Paulo: “Todos os que são movidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Vós não recebestes um espírito de escravidão para andardes no temor. Pelo contrário, recebestes um Espírito de adopção graças ao qual clamamos “Abba”, isto é, Papá. E se sois filhos sois também herdeiros. Herdeiros de Deus Pai e co-herdeiros com Jesus Cristo, se formos fieis como ele, sofrendo pelo Evangelho como Ele sofreu” (Rm 8, 14-17).
O Reino de Deus é a comunhão dos reconciliados, os que têm direito a habitar na casa de Deus como membros da Família Divina. Todos comem dos alimentados pelo do fruto da Árvore da Vida: “Felizes os que lavam as suas vestes, para terem direito à Árvore da Vida e poderem entrar nas portas da cidade” (Apc 22, 14). A vida nova em Cristo não é uma questão de sujeição a um código ético rigoroso e com normas bem estruturadas. Viver a comunhão dos salvos em Cristo é estar orgânica e dinamicamente unido a Jesus ressuscitado mediante o Espírito Santo.
Ponhamos um exemplo: comparemos a Humanidade ferida pelo pecado a um limoeiro doente e envelhecido pela ferrugem situado no pomar de agricultor especializado em boas castas de fruta. Apesar de ser de alta qualidade, o limoeiro está a dar frutos péssimos, em virtude da doença que o atingiu. O proprietário do pomar tinha um interesse muito especial por este limoeiro. Por isso tinha pena de o arrancar e lançar ao fogo. Foi então que lhe veio a ideia de enxertar um raminho do limoeiro que ainda estava são numa laranjeira jovem e robusta. Agora, sem deixar de ser limoeiro, recebe a seiva da laranjeira sadia e começa a robustecer-se progressivamente. Em breve começa a dar limões de excelente qualidade. O enxerto não destruiu a natureza do limoeiro, pois ele dá limões e não laranjas. Mas a seiva da laranjeira optimizou a fecundidade do limoeiro e a qualidade dos limões.
Foi o que Deus fez em relação à Humanidade. Mediante o mistério da Encarnação, a Divindade enxertou-se na Divindade. Este enxerto não destruiu a natureza humana. Pelo contrário, optimizou-a e capacitou-a para dar frutos de vida eterna. A Humanidade ficou enxertada na Árvore da Vida cujo tronco é Jesus Cristo e cujas raízes é a Segunda pessoa da Trindade que, pelo Espírito Santo, faz uma unidade orgânica com Jesus de Nazaré.
Animadas pela seiva da Árvore da Vida, o Espírito Santo, as pessoas formam uma realidade orgânica nova a que a Bíblia chama uma nova criação: “Por isso, se alguém está em Cristo, é uma nova criação. O que era velho passou. Eis que tudo se fez novo! Tudo isto vem de Deus que, em Cristo, nos reconciliou consigo, e nos confiou o ministério da reconciliação. De facto, foi Deus quem reconciliou o mundo consigo, em Cristo, e nos confiou o ministério da reconciliação” (2 Cor 5, 17-19).
Como vemos, a reconciliação da Humanidade com Deus é um dom gratuito realizado por Céus em Cristo. Eis o que São Paulo diz a este respeito: “Com efeito, quem, entre os homens, conhece o que vai no coração da pessoa, a não ser o próprio espírito do homem. Assim, também, ninguém conhece os pensamentos de Deus, a não ser o Espírito de Deus que nos faz compreender o que Deus amorosamente nos concedeu” (1 Cor 2, 11-12).
O Espírito Santo é a ternura maternal de Deus. No nosso coração é um princípio animador de relações e comunhão amorosa com Deus e os homens. São Paulo diz que apenas pelo Espírito Santo estamos organicamente unidos a Cristo: “Se alguém não tem o Espírito de Cristo não pertence a Jesus Cristo” (Rm 8, 9).
Não devemos concluir deste texto que só os cristãos pertencem a Cristo. Trata-se de uma qualidade de coração e não de um rótulo ou um título. O Espírito Santo, diz a Carta aos Romanos, é o Amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5, 5). Será eternamente mais divino, isto é, comungará mais com as pessoas divinas, quem mais tiver treinado na história a capacidade de comungar com as pessoas humanas.
É pelo Espírito Santo que se vai robustecendo em nós o homem interior, cuja densidade é espiritual. É certo que o homem exterior vai envelhecendo e perdendo qualidades, mas o interior, graças à acção do Espírito Santo, renova-se e fortalece-se constantemente graças à acção do Espírito Santo (2 Cor 4, 16-17). O evangelho de São João diz que o homem interior, isto é, a dimensão pessoal-espiritual do ser humano vai renascendo e ganhando robustez pela acção do Espírito Santo (Jo 3, 6).
A Carta aos Gálatas menciona alguns dos frutos que a nossa vida vai produzindo quando está organicamente unida a Cristo e animada pelo Espírito Santo: “Mas os frutos do Espírito Santo são amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, gentileza e auto controle. Contra estas coisas não há lei” (Ga 5, 22-23).
São estes os limões de alta qualidade do limoeiro enxertado na laranjeira robusta e jovem! Eis a razão pela qual a nossa vida só será fecunda se permanecermos unidos a Cristo. Quando estamos unidos a Cristo somos como os ramos da videira que dão bons frutos na medida em que permanecem unidos à cepa: “Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. Os ramos não podem dar fruto por si. Serão fecundos na medida em que estiverem unidos à videira. Do mesmo modo vós não podeis dar fruto se não estiverdes unidos a mim” (Jo 15, 4-5).
O Espírito Santo é o grande dom messiânico que realiza em nós a filiação divina (Gal 4, 4-7). Por outras palavras, é o Espírito Santo que restaura em nós o homem distorcido pelo pecado: “Tudo isto vem de Deus que nos reconciliou consigo em Cristo, não levando mais em conta os pecados dos homens” (2 Cor 5, 19). Só o pecado contra o Espírito Santo não tem perdão (Mt 12, 31-32; Mc 3, 28-30; Lc 12, 8-10).
O pecado contra o Espírito Santo significa a oposição sistemática e incondicional à acção do Espírito Santo no nosso coração. A Nova Humanidade assumida na Família de Deus é fruto do mistério da Encarnação, diz o evangelho de São João (Jo 1, 12-14). O Espírito Santo é uma fonte a jorrar vida eterna no nosso coração (Jo 7, 37-39; cf. Jo 4, 14).
O Espírito Santo é, portanto, o obreiro da nossa reconciliação com Deus. É também o Espírito Santo que nos capacita para vivermos a reconciliação e o perdão com os irmãos. É certo que o Espírito Santo não nos substitui, mas é ele que nos capacita se o deixarmos actuar em nós. São Paulo convida os cristãos da Galácia a deixarem-se conduzir pelo Espírito, a fim de viverem como pessoas reconciliadas com Deus (Gal 5, 13-18). Quando a comunidade cristã, animada pelo Espírito Santo, vive e celebra o sacramento da reconciliação torna-se, verdadeiramente Corpo de Cristo, isto é, sacramento da reconciliação da Humanidade com Deus em Cristo (1Cor 12, 13).
Eis o sentido e a dinâmica do sacramento da reconciliação na vida da comunidade cristã. Podemos dizer que a celebração sacramental da reconciliação está para a comunidade, como a comunidade dos reconciliados com Deus e os irmãos está para o mundo. Como sacramento da Nova Humanidade reconciliada em Cristo, a comunidade é o sinal da festa do Reino onde os homens são todos irmãos, pois são membros da Família de Deus.
A comunidade, diz a Carta aos Efésios forma um corpo animado por um mesmo Espírito (Ef 4, 1-6). Os pecadores, graças à acção do Espírito Santo, são restaurados e incorporados como filhos na Família Divina (Lc 12, 11-32). A comunidade cristã é para o mundo o sacramento da Humanidade reconciliada e convidada para o Banquete da Salvação (Lc 16, 14-24).
Todo o que se une a Cristo forma com ele um só Espírito (1Cor 6, 17). Com efeito, os que vivem unidos ao Senhor ressuscitado são membros do Corpo de Cristo (1Cor 6, 15). Os que vivem em comunhão com Cristo formam com Ele uma união orgânica, pois ele é a cepa e nós os ramos (Jo 15, 1-8). Só mediante o Espírito Santo podemos compreender o mistério de Cristo, diz a primeira Carta aos Coríntios (1Cor 12, 3).
A paz que brota do Espírito Santo no coração dos crentes é chamada, no Novo Testamento, de paz de Cristo: “Alegrai-vos sempre no Senhor! De novo vos digo: alegrai-vos! Que a vossa bondade seja conhecida por todos, pois o Senhor está próximo. Por nada vos deixais inquietar. Pelo contrário, apresentai os vossos pedidos a Deus mediante orações e preces de acção de graças. Então, a paz de Cristo que ultrapassa a nossa inteligência guardará a vossa mente e os vossos corações em Jesus Cristo” (Flp 4, 4-7).
Podemos dizer que este é o grande fruto da reconciliação celebrada e vivida na comunidade cristã. Deus deu-nos através do Seu Filho o penhor do Espírito (2Cor 1, 21-22). Passamos assim para a Nova Aliança, a qual acontece no Espírito, e não na letra (normas, ritos, preceitos e leis religiosas). De facto, a letra mata, mas o Espírito é fonte de vida, diz São Paulo (2 Cor 3, 6). A interacção e comunhão intrínseca com o Espírito Santo são um dom do Cristo ressuscitado (Jo 7, 39; Act 2, 32-33). Mediante esta interacção intrínseca com o Espírito Santo, Deus concretiza a Nova Criação (2Cor 5, 17).
Esta Nova Criação é espiritual, não carnal. O Novo Adão, Cristo ressuscitado, não é carnal como o primeiro Adão, mas é espiritual como São Paulo diz de modo muito bonito na primeira Carta aos Coríntios: “Semeado corpo terreno, é ressuscitado corpo espiritual. Se há um corpo terreno também há um corpo espiritual. De facto, é assim que está escrito: “O primeiro homem, Adão, foi feito um ser vivente. O último Adão é um Espírito vivificante. Mas o primeiro não foi o espiritual, mas o terreno. O espiritual vem depois (1Cor 15, 44-46).
Como vemos, a reconciliação com Deus é verdadeiramente uma recriação do Homem através de Cristo ressuscitado, como diz a Segunda Carta aos Coríntios (2 Cor 5, 17-19). O plano de Deus, diz a Carta aos Gálatas, é que sejamos, realmente, novas criaturas (Gal 6, 15). Como mensageiros da reconciliação de Deus, somos embaixadores de Cristo. Temos a missão de interpelar os homens no sentido da reconciliação (2Cor 5, 20b). Conscientes da reconciliação operada por Deus em Cristo, os cristãos celebram e proclamam a Comunhão Universal da Humanidade no Reino de Deus (Ef 1, 13-14).
A Carta aos Efésios diz que já estamos marcados com o selo do Espírito Santo para dia da Salvação (Ef 4, 30). A reconciliação da Nova Aliança é total e definitiva. Por isso já não precisamos de inventar ritos mágicos com pretensões de eficácia automática. A condição de viver e aceitar a reconciliação oferecida por Deus é a reconciliação com os irmãos. Sem esta atitude, não acontece para nós qualquer tipo de reconciliação (Mt 6, 14).
O dom está feito. Por isso, não há necessidade de cultos ou oferendas pelos pecados (Heb 10, 18). Jesus Cristo é o homem incondicionalmente fiel a Deus. Por isso, como diz a Carta aos Colossenses aprouve a Deus reconciliar consigo todas as coisas consigo através de Cristo (Col 1, 19-20).
b) Reconciliação e Cultos Propiciatórios
1-Os Cultos Propiciatórios São Inúteis
O Novo Testamento é muito explícito ao afirmar que o culto não reconcilia o homem com Deus. Já os profetas do Antigo Testamento tinham acentuado esta ideia com muita ênfase (cf. Is 1, 10-18). Antes de iniciar a participação em qualquer culto, o homem deve reconciliar-se com o seu próximo (Mt 5, 24).
A reconciliação com Deus é uma iniciativa de Deus, não o resultado de um culto realizado pelo homem (2 Cor 5, 17-19). Pelo dom da reconciliação, Deus perdoa de modo definitivo o pecado do homem, mediante acção do Espírito Santo que restaura a reciprocidade de amor e comunhão com Deus. O perdão do pecado não é uma questão de lavar manchas na alma do ser humana. Os ritos e os cultos não reconciliam com Deus. A mesma coisa acontece com o templo. Este não é uma mediação mágica que garanta o encontro e comunhão com Deus.
O profeta Jeremias denunciava a hipocrisia dos judeus que se punham a gritar pelo templo de Deus como se este fosse uma garantia de salvação. Tudo isso não passa de palavras de mentira, diz Jeremias (Jer 7, 4-7). O rei Salomão, no primeiro livro dos reis (cf. 1 Rs 8, 27), diz que Deus não habita em templos feitos pela mão do homem. Os Actos dos Apóstolos repetem duas vezes esta afirmação de Salomão (Act 7, 48; 17, 24).
Os evangelhos sinópticos querem afirmar esta mesma verdade quando afirmam que o véu do templo de Jerusalém se rasgou no momento da morte de Jesus (Mt 27, 51; Mc 15, 38; Lc 23, 45). Os quatro evangelhos afirmam que o templo da Nova Aliança é Cristo ressuscitado (Jo 2, 10-21) e a comunidade cristã na medida em que é Corpo de Cristo (1 Cor 10, 17; 12, 12-13; 12, 27). Como portador do Espírito Santo, Jesus ressuscitado é a mediação do encontro do homem com Deus.
A primeira Carta de São Pedro diz membros da comunidade são as pedras vivas do templo onde Deus habita (1 Pd 2, 5). Cristo, por seu lado, é a pedra que serve de alicerce a este templo (1Ped 2, 4). É neste templo que acontece a reconciliação com Deus, mediante o culto no Espírito e na Verdade, o único culto que agrada a Deus (Jo 4, 21-23).
Na Nova Aliança todo o pecado é perdoado (2 Cor 5, 17-19). Só o pecado contra o Espírito não tem perdão (Mt 12, 31-32; Mc 3, 28-30; Lc 12, 8-10). A Carta aos Hebreus insiste em que a reconciliação da humanidade acontece em Cristo ressuscitado. Jesus é o Sumo-sacerdote, isto é, o medianeiro da comunhão do homem com Deus. Jesus não é sacerdote por pertencer à tribo dos sacerdotes, isto é, por ser levita. Jesus pertencia à tribo de Judá. Esta tribo nada tinha a ver com funções cultuais. Jesus é o nosso sumo-sacerdote por ser o Messias ressuscitado. Por isso, ele é sacerdote segundo a ordem de Melquisedec, rei de Salém, e não segundo a ordem dos sacerdotes do culto do templo, isto é, os levitas (Heb 7, 15).
Se a reconciliação tivesse sido realizada pelo culto levítico, diz a Carta aos Hebreus, não havia necessidade de Cristo, pois neste caso os homens estariam reconciliados com Deus. Jesus não pertencia à tribo dos sacerdotes. Veio como Sumo-sacerdote, isto é, medianeiro da reconciliação definitiva entre Deus e o homem (Heb 7, 11). Realiza esta missão ao oferecer ao homem a possibilidade de interagir de modo intrínseco com o Espírito Santo.
É esta a condição fundamental para o homem ser assumido na Família de Deus (Rm 8, 14-17; Ga 4, 4-7). Nenhum outro homem podia ter esta pretensão. Com efeito, o homem Jesus, diz a primeira carta a Timóteo é o único medianeiro entre Deus e o Homem. Para a Carta aos Hebreus, a prova de que Jesus não realizou a reconciliação através do culto é o facto de Jesus pertencer à Casa de Judá e não à casa de Levi (Heb 7, 13).
O Senhor ressuscitado está permanentemente no santuário onde Deus habita, isto é, no céu, pois Deus não habita nos santuários feitos pela mão do homem (Heb 8, 1-2). Agora, junto de Deus, Jesus exerce permanentemente as funções de medianeiro da reconciliação no santuário verdadeiro, pois foi feito por Deus e não pelo Homem.
O Salmo 110 garantia aos reis da casa de David que eram sumos-sacerdotes segundo a ordem de Melquisedec, rei de Salém. Jesus, como descendente de David, foi entronizado no céu, onde ficou sentado à direita de Deus (Act 2, 32-33; Rm 1, 3-5). Foi assim que ele se tornou sumo-sacerdote segundo a ordem de Melquisedec (Heb 7, 15). Foi constituído medianeiro da reconciliação através de uma vida imortal (Heb 7, 16).
Na Nova Aliança os cultos foram suprimidos, pois não fazem falta (Heb 7, 18). Cristo está junto de Deus Pai, comunicando-nos permanentemente o Espírito Santo (Act 2, 33). O caminho do Santo dos Santos está aberto, pois no momento da morte de Jesus o templo que separava o Santo dos Santo do povo, rasgou-se de alto a baixo (Mt 27, 51; Mc 15, 38; Lc 23, 45.46). Eis a razão pela qual a Nova Aliança já não precisa de sacerdotes para fazer cultos, tornando-se assim medianeiros entre Deus e os homens (Heb 8, 7).
Antes da morte e ressurreição de Cristo, o Santo dos Santos estava fechado (Heb 8, 8). A Carta aos Hebreus justifica esta argumentação recorrendo a um bonito texto do profeta Jeremias: “Eis que virão dias, diz o Senhor, em que farei com a casa de Israel e a casa de Judá uma Nova Aliança (...). Esta será a Aliança que farei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: Imprimirei as minhas leis no seu espírito e gravá-las-ei nos seus corações. Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Já ninguém precisa de ensinar o seu irmão, dizendo: conhece o Senhor. Naqueles dias, diz o Senhor, todos me conhecerão do menor ao maior. Os levitas pretendiam realizar a justiça de Deus condenando, julgando e matando os pecadores.
Segundo o livro do Deuteronómio, os levitas, para agradar a Deus, diziam não conhecer pai, mãe, irmãos e os próprios filhos (Dt 33, 9). Jesus, pelo contrário, não tem vergonha de acolher os pecadores que santifica. Os levitas consideravam-se consagrados a Deus por serem capazes de matarem o irmão, o vizinho e o amigo (Ex 32, 26-29).
Jesus, pelo contrário, compreende, acolhe os pecadores. A sua missão é destruir o pecado, não pecador. A destruição do pecado acontece no coração da pessoa humana, graças à acção do Espírito Santo. A Carta aos Hebreus diz que Jesus é um Sumo-sacerdote misericordioso que compreende as fraquezas humanas. Por ter sido tentado, Jesus compreende e é capaz de socorrer os que são tentados (Heb 2, 17-18).
Jesus Cristo realizou a reconciliação da Humanidade com Deus de uma vez por todas (Heb 9, 25-26). Eis a razão pela qual já não temos necessidade de sacrifícios, cultos ou oferendas pelo perdão do pecado (Heb 10, 18). Os ministros das comunidades cristãs não são sacerdotes para oferecer cultos a Deus, mas pessoas consagradas ao serviço do Evangelho, diz a primeira Carta aos Coríntios: “Não sabeis que os ministros do culto vivem do que é do templo? Os que servem o altar vivem do altar. Do mesmo modo, o Senhor quis que os que anunciam o Evangelho vivam do Evangelho” (1Cor 9, 13).
A Lei, segundo os judeus acreditavam, tinha sido dada por Moisés. Eis a razão pela qual o evangelho de São João diz que a Lei veio por Moisés, mas esta lei não salva. A graça salvadora de Deus, pelo contrário, não veio por Moisés, mas por Jesus Cristo (Jo 1, 17). A meta proposta por Jesus não é a prática de leis preceitos e ritos cultuais. A meta é ser perfeito como o Pai do Céu que ama a todos e a todos perdoa (Mt 5, 48). Actuando deste modo, Jesus tornou-se medianeiro da paz, reconciliando judeus e pagãos (Ef 2, 14).
Mediante o Espírito Santo, Deus capacita-nos para sermos medianeiros da Nova Aliança, a qual não assenta na letra que mata mas no Espírito que vivifica (2Cor 3, 6). Onde está o Espírito Santo há liberdade e nunca a escravidão (2Cor 3, 17). A Lei criava divisões entre os seres humanos, dividindo-os entre puros e impuros, justos e pecadores, judeus e pagãos ou então entre homens e mulheres.
Cristo ao criar estas diferenças superou as desigualdades ligadas a estas divisões da Lei (Col 3, 9-11). A circuncisão e todas as outras práticas de tipo legalista não valem nada. O que vale é o homem novo, recriado no Espírito Santo (Gal 6, 15). A circuncisão que Deus quer é a renovação do coração, diz a Carta aos Filipenses: “Nós é que somos os verdadeiros circuncidados. Prestamos culto a Deus no Espírito de Deus” (Flp 3, 3). O evangelho de São João vai nesta mesma linha dizendo o culto da Nova Aliança nada tem a ver com sacrifícios de vítimas para aplacar a ira de Deus. O culto que Deus ama é realizado em Espírito e verdade (Jo 4, 21-23). A Carta aos Colossenses diz que o apego às normas, aos preceitos ou aos ritos apenas servem apenas para alimentar uma falsa sabedoria, uma piedade afectada e uma severidade ascética sem valor (Col 2, 21-23).
2- Reconciliação e Presença de Deus
A aspiração mais profunda do coração humano é a participação na plenitude de comunhão com Deus. O homem foi criado por Deus. Isto quer dizer que esta aspiração profunda resulta do facto de o ser humano ter sido criado para a comunhão com Deus. Este plano de Deus e esta aspiração do coração humano foram realizados em Cristo. O Senhor ressuscitado proporcionou-nos uma interacção intrínseca com o Espírito Santo, graças à qual nos tornamos membros da Família Divina.
Por isso os cultos do Antigo testamento que pretendiam o perdão e a comunhão com Deus foram suprimidos. Agora a mediação deste encontro é Jesus Cristo e não o templo: “Ora, eu vos digo: aqui está quem é maior que o templo” (Mt 12, 6). O evangelho de São Marcos diz que Jesus, após a expulsão dos vendilhões, declara a universalidade do templo (Mc 11, 17).
A atitude de Jesus perante o templo significava que ele tinha consciência de que o templo era nenhuma garantia mágica de comunhão com Deus. O templo era considerado um lugar sagrado e reservado exclusivamente a judeus. Se um pagão se atrevia a entrar no templo era imediatamente morto à pedrada. Jesus declara a universalidade do encontro e da comunhão com Deus. Esta atitude de Jesus é fundamentada no profeta Isaías que profetizou o seguinte: “A minha casa será chamada casa de oração para todos os povos” (Is 56, 3-7).
Ainda no contexto da expulsão dos vendilhões do templo, os evangelistas põem na boca de Jesus uma citação do profeta Jeremias segundo a qual os judeus andavam iludidos ao fazerem do templo uma garantia uma garantia mágica de salvação: Cometem roubos, adultérios e homicídios, diz Jeremias. Depois, vêm ao templo e exclamam: Estamos salvos! Eis a razão pela qual Deus vai destruir esta casa onde invocam o meu nome (Jer 7, 4-14).
O profeta Jeremias chaga a chamar ao templo um covil de ladrões porque os que lá iam matavam, exploravam e oprimiam os mais fracos (Jer 7, 5-6). Pensavam apagar o seu pecado através de cultos e ritos. Depois iam ao templo pensando apagar os pecados com ritos de expiação. Jeremias diz-lhes que tudo isso não passa de mentiras inventadas pelos homens (Jer 7, 21-23).
Os judeus conheciam muito bem estas passagens da Escritura. Os quatro evangelhos são unânimes em pôr na boca de Jesus referências a estas profecias. A presença de Deus, no meio dos homens, não está ligada a um lugar sagrado nem a ritos ou cultos, mas à partilha da Palavra de Deus, à comunhão fraterna, à oração e ao encontro com Deus no Espírito Santo.
Os evangelhos indicam bem como as idas de Jesus ao templo eram profundamente incómodas para os profissionais da religião. Era lá que Jesus anunciava o Reino de Deus: “Os príncipes dos sacerdotes e os escribas, bem como os chefes do povo, procuravam perdê-lo” (Lc 19, 47). O povo, logo de manhã, ia ter com Jesus ao templo para o ouvir (Lc 21, 37-38).
Os pagãos, reconciliados com Deus, já fazem parte da família divina. Já não são peregrinos de passagem na casa de Deus (comunidade). Pelo contrário, são concidadãos dos Santos, isto é, dos membros da comunidade dos eleitos (Ef 2, 18-19). Cristo é a pedra angular deste templo. Os crentes, unidos a Cristo, formam a habitação de Deus (Ef 2, 20-22).
Romper com a comunhão fraterna, diz São Paulo é tornar-se réu do corpo e sangue de Cristo (1Cor 11, 27). A comunidade animada pelo Espírito Santo forma o corpo de Cristo (1Cor 12, 13; 10, 17; 12, 27). Na perspectiva do Novo Testamento a pretensão de operar o perdão de Deus através de ritos que actuam de modo mágico é negar o Espírito Santo.
3-Comunidade cristã e reconciliação
O Novo Testamento concebe a comunidade como o espaço fundamental para a vivência da reconciliação. A comunidade é o lugar da correcção fraterna e do perdão (Lc 17, 4). No caso de surgir um escândalo público, as comunidades aplicavam a proscrição temporária, a fim de o pecador tomar consciência da gravidade do seu comportamento (Gal 1, 7-8; Act 5; 5, 20-24). Era imposta uma penitência relacionada com o teor do pecado (2Cor 2, 6; 2Tess 3, 6ss; Apc 2, 22). A comunidade é a última instância na prática do castigo e da proscrição (Mt 18, 15-18).
A correcção destina-se a salvar o pecador e não a condená-lo. Procedia-se de modo gradual e progressivo:
Ø Exortação em particular (Mt 18, 15);
Ø Repreensão em pequeno grupo, caso a repreensão particular não tenha produzido efeito (Mt 18, 16);
Ø Exclusão temporária e penitência imposta pela comunidade (Mt 18, 18).
Após o tempo determinado para a exclusão e a penitência ter sido cumprida, o pecador era readmitido. Paulo pede à comunidade de Corinto a readmissão de um pecador público que já tinha tido um castigo suficiente (2Cor 2, 6). O mesmo se passa na primeira Carta a Timóteo (1Tim 5, 22).
Os cristãos não foram chamados a julgar, mas a perdoar. Os crentes não podem esquecer que o perdão aos irmãos é condição para viver a reconciliação com Deus (Mt 6, 14). Os membros da comunidade devem ser solidários, procurando ajudar os pecadores a superar o seu pecado. São Paulo diz aos cristãos da Galáxia que devem levar os fardos uns dos outros, a fim de cumprirem a Lei de Cristo (Gal 6, 1). Entre os gestos comunitários para exprimir o perdão e a reconciliação entre os membros da comunidade praticava-se o beijo da paz ou o abraço fraterno na Eucaristia (Didaké 14, 1-2).
Paulo insiste em que o pecador público seja proscrito até mudar de atitude (1Cor 5, 11-13). As reuniões comunitárias que não sejam espaço de partilha e comunhão causam mais danos que proveito (1Cor 11, 17-21). Os crentes serão reconhecidos como discípulos de Cristo se eles se amarem uns aos outros (Jo 13, 35). Pecar contra a comunidade é ferir o corpo de Cristo (1Cor 11, 27). É mentir ao Espírito Santo (Act 5, 3-4). Mesmo que o irmão nos ofenda sete vezes por dia, se pedir perdão, deverá ser perdoado (Lc 17, 4). Quando o servo perdoado se recusou a perdoar ao seu irmão, não ficou perdoado pelo do Senhor (Mt 18, 26-32). O perdão de Deus é uma realidade que acontece de modo orgânico. Acolhemos o perdão de Deus se vivermos na comunhão com os irmãos.
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