Gosto muito de vós, pois Criei-vos à minha imagem e semelhança. Eis a razão pela qual vós sois pessoas famintas de ternura e amor. Criei-vos homens e mulheres, a fim de vos abrirdes ao diferente e ao novo. Amei-vos ainda antes de existirdes (Gn.1,26-27). Podeis contar comigo, pois sou fiel e amei-vos com amor eterno (Jer.31,3; 1Cron.16,34). Eu faço maravilhas, pois o meu amor é terno e carinhoso (Sal.136,4). É este amor que vos sustém na vida (Sal.94,18).
Vede a prova de amor que vos dei: enviei-vos o meu próprio Filho (Jo.3,1). Fiz isto para fazer de vós meus filhos. Também vos enviei o Espírito Santo que é o meu amor derramado nos vossos corações (Rm.5,5). O meu Filho, ao ressuscitar, enviou-vos o Espírito Santo para fazer de vós seus irmãos. E eu enviei-vo-lo para fazer de vós meus filhos (Rm.8,14-17; Ga.4,6-7).
Não tendes razão para ter medo de mim. Dei provas claras do amor que vos tenho. O meu coração está cheio de ternura e piedade por vós (Ex.34,6). Adão, com o seu orgulho, colocou-vos numa situação desfavorável. Através do meu Filho perdoei o vosso pecado e coloquei-vos de novo numa situação favorável para vos realizardes de modo feliz e poderdes vir a viver comigo (2Cor.5,17-21).
Eu desejo estar unido a vós como um Pai bondoso quer estar unido aos seus filhos. O meu Filho unido a mim, vós unidos ao meu Filho e todos animados pela ternura maternal do Espírito Santo formamos uma única comunhão orgânica (Jo.17,21-23). O meu grande amor por vós levou-me a perdoar totalmente o vosso pecado (Sal.5,3).
Vós não me conhecíeis, mas o meu Filho falou-vos de mim, a fim de vós passardes a conhecer-me (Jo.1,18). Ele foi-me totalmente fiel. Tudo o que fez estava rigorosamente de acordo com a minha vontade. Por isso ele disse: “Quem me vê, vê o Pai” (Jo 14, 9). O meu amor é como o Sol: chega para todos e ninguém o esgota. O meu amor é difusivo, isto é, derrama-se para todos. Por isso vos peço que vos ameis uns aos outros e vos perdoeis. A maneira concreta de acolher o meu perdão é perdoardes aos vossos irmãos (Mt.6,14).
O modo de o meu Filho vos amar correspondeu exactamente ao meu amor por vós. Por isso Ele disse: “Quem me vê, vê o Meu Pai” (Jo.10,30). O meu Filho vive por mim. Isto quer dizer que existe uma perfeita comunhão de amor entre mim e o meu Filho. O Espírito Santo é uma pessoa cujo jeito de ser é animar as relações de amor e comunhão. É no Espírito Santo que acontece esta vida de diálogo e comunhão com o meu Filho.
Assim como o meu Filho vive por mim, também vós vivereis pelo meu Filho se estiverdes unidos a Ele. É exactamente esta a nossa vontade, a minha e a do meu Filho, a vosso respeito (Jo.17,21-23). Tudo o que me pedirdes em comunhão com o meu Filho, podeis ter a certeza de que eu vo-lo hei-de conceder (Jo.16,23-27).
É o facto de eu vos amar como filhos que leva o Espírito Santo a clamar nos vossos corações “Abba” que quer dizer papá. Era assim que Jesus se dirigia a mim (Ga.4,6). Só eu mereço verdadeiramente o nome de Pai. Os vossos pais são mediações do meu amor paternal. Eu não procrio, mas o meu amor tem um jeito plenamente paternal. Foi isto que levou o meu Filho a dizer um dia aos seus discípulos: “A ninguém chameis pai sobre a terra, pois um só é verdadeiramente o vosso Pai: o que está nos Céus” (Mt.23,9).
Quando orardes, não digais muito palavreado. Dizei coisas simples. Falai comigo como o filho fala com o seu pai quando este é bondoso. Dizei como disse o meu Filho: “Pai-nosso que estais no céu” (Mt.6,9). Não digais muitas palavras, pois eu sei bem do que tendes necessidade, ainda antes de vós me pedirdes (Mt.6,8). Em relação ao amor fraterno e ao perdão, sede perfeitos como eu sou perfeito, pois mando o Sol sobre bons e maus (Mt.5,48).
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias
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