Os sacramentos são celebrações comunitárias da Fé através das quais o Espírito Santo fortalece a dinâmica teologal dos crentes que os celebram. Nenhum sacramento pode ser celebrado antes do baptismo. Por outro lado, a celebração litúrgica do baptismo atinge a sua plena realização no baptismo no Espírito.
Deste modo os sacramentos são concretizações do baptismo no Espírito nas diferentes facetas da vida cristã:
União orgânica com Cristo mediante o Espírito Santo (Eucaristia).
Consagrados pelo Espírito para a obra da evangelização (Confirmação).
Chamados a caminhar para a família universal do Reino de Deus construindo uma família humana onde os esposos vivem uma aliança de amor, animados pelo Espírito Santo (Matrimónio).
Participantes da vitória de Cristo sobre a morte (Santo Unção)
Chamados a viver reconciliados com os irmãos, o único caminho para vivermos a condição de uma Nova Criação reconciliada com Deus. Esta reconciliação, Deus a realizou por meio de Cristo que não leva mais em conta os pecados dos homens (2 Cor 5, 17-19). Mas esta reconciliação é para cada um de nós na medida em que nos reconciliamos com os irmãos (Mt 6, 14).
Os sacramentos são celebrações comunitárias da Fé. Todos eles são mediações para o Espírito Santo configurar os crentes com Cristo ressuscitado. Eis a razão pela qual os sacramentos têm uma eficácia que se prolonga pela vida dos crentes que os celebram. É importante não confundir celebração litúrgica do sacramento do matrimónio com a dinâmica sacramental do casamento cristão. Do mesmo modo é importante não confundir celebração litúrgica do baptismo cristão com o baptismo no Espírito de que nos fala o Novo Testamento ou seja, a dimensão pentecostal da vida cristã.
A celebração litúrgica do baptismo demora aproximadamente uma hora, enquanto o baptismo no Espírito é uma dinâmica que confere densidade teologal à vida dos cristãos. De modo idêntico, a celebração litúrgica do matrimónio cristão demora aproximadamente uma hora. Mas a dinâmica sacramental do casamento cristão resulta da vida teologal, a qual emerge no coração dos esposos como fruto do baptismo no Espírito.
Assim como depois de se baptizar uma criança um jovem ou um adulto não ficou um cristão acabado, assim também, depois da celebração litúrgica do matrimónio, a realidade do casamento cristão não está terminada. As pessoas que casam pela Igreja realizam a celebração litúrgica do matrimónio cristão, mas são poucos os casais que vivem a dinâmica sacramental do casamento cristão.
É fundamental que, nestes tempos de crise familiar, haja cada vez mais casais cristãos que vivam a dinâmica sacramental do seu casamento, a fim de serem, como diz o evangelho, sal, luz e fermento no meio deste mundo a desumanizar-se por falta de famílias que sejam alfobres da humanização da pessoa humana.
A diversidade dos sacramentos significa a pluralidade de facetas em que a acção salvadora de Deus está a acontecer na vida Humana. Além disso, os sacramentos visibilizam ou corporizam uma realidade que os transcende. No Céu já não há sacramentos, pois temos a realidade que eles explicitam.
O sacramento do matrimónio explicita e dá corpo à comunhão universal da Família de Deus que é o Reino de Deus. Por outro lado, a comunhão universal da família de Deus, não assenta sobre os laços do sangue mas sobre os laços do Espírito Santo. Eis a razão pela qual a família cristã deve viver a dinâmica do baptismo no Espírito, de modo a formar uma igreja doméstica e, deste modo, explicitar a realidade espiritual da Família de Deus.
O texto completo está em O Matrimónio no Plano de Deus
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias
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