Deus Santo,
Louvado sejais pela Nova e Eterna Aliança, esse sonho de amor
que tivestes ainda antes de terdes criado o Universo e o Homem.
A Nova e Eterna Aliança já estava presente como fonte inspiradora
no momento em que sonhastes criar o Universo e o Homem que o habita:
“Deus escolheu-nos em Cristo antes da fundação do mundo,
a fim de sermos santos e irrepreensíveis na sua presença e vivermos no amor.
Predestinou-nos para sermos adoptados como seus filhos
por meio de Jesus Cristo, de acordo com a sua vontade” (Ef 1, 4-5).
Este plano esteve oculto durante milénios,
mas foi dado a conhecer na plenitude dos tempos:
“Agora podeis fazer uma ideia da compreensão que tenho do mistério de Cristo,
o qual não foi dado a conhecer aos filhos dos homens, em gerações passadas,
como agora foi revelado aos seus santos Apóstolos e Profetas pelo Espírito Santo” (Ef 3, 4-5).
Deus Santo,
Vós sois, na verdade, o Deus da Aliança,
pois sois um Deus fiel e verdadeiro.
A Nova e Eterna Aliança representa a plenitude de um projecto
querido por Vós ainda antes de terdes iniciado a génese da Criação.
A Antiga Aliança foi um passo fundamental para
conduzirdes a Humanidade até Jesus Cristo.
Mas o vosso plano criador tinha como meta e cúpula
da Criação a Nova e Eterna Aliança.
A Antiga Aliança era o sinal da acção pedagógica do Espírito Santo
que foi preparando a Humanidade para a plenitude dos tempos,
introduzindo a Humanidade no único Reino de Deus, diz a Carta aos Efésios:
“Com efeito, Cristo é a nossa paz. De dois povos fez um só,
anulando o muro da separação que os dividia:
a Lei Mosaica com suas leis, normas e preceitos,
a fim de criar um só Homem Novo com judeus e pagãos.
Portanto, os pagãos já não são estrangeiros nem imigrantes,
mas concidadãos dos santos e membros da Família de Deus” (Ef 2, 14.19).
O Novo Testamento repete várias vezes
que a Antiga Aliança estava em função da Nova e Eterna Aliança:
“Antes de chegar a plenitude da Fé estávamos prisioneiros da Lei Mosaica.
Por isso era preciso que a Fé se revelasse.
A Lei tornou-se o nosso pedagogo até Cristo,
a fim de sermos justificados pela Fé.
Agra já sois filhos de Deus, por isso não estais sob o domínio do pedagogo (…).
Já não há judeu ou grego. Não há escravo ou homem livre.
Não há homem ou mulher, pois todos vós sois um só em Cristo Jesus ” (Ga 3, 23-29).
A antiga Aliança tinha como alicerce a Lei de Moisés,
a qual se multiplicava em normas, preceitos, ritos e mandamentos
que não tinham qualquer eficácia para a obtenção da salvação.
A Nova Aliança tem como alicerce o dom do Espírito,
o qual realiza em nós a obra da salvação, diz São Paulo na Carta aos Gálatas:
“Todos os que são movidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus” (Rm 8, 14).
Viver a dinâmica da Nova Aliança significa
deixar-se conduzir pelo Espírito Santo:
“Eis os frutos do Espírito: amor, alegria, paz, paciência, benignidade,
bondade, fidelidade, mansidão e auto-domínio.
Contra tais coisas não há lei” (Ga 5, 22).
A Antiga Aliança foi superada pela Nova e Eterna Aliança,
tal como as metas que estão em função de um objectivo
são superadas quando o objectivo é atingido.
De facto, a Nova Aliança não é uma simples continuidade em relação à Antiga,
tal como Cristo não está apenas numa linha de continuidade em relação a Moisés.
Pelo contrário, a Nova e Eterna Aliança representa
um salto de qualidade em relação à Antiga Aliança.
Com efeito, a libertação e a divinização do Homem, realizada pela Encarnação,
não está numa simples continuidade em relação à libertação dos hebreus
da escravidão do Egipto. Entre estes dois acontecimentos
existe, na verdade, uma diferença qualitativa.
A libertação realizada pela Nova e Eterna Aliança
tem o alcance de uma salvação definitiva, a qual implica
a assunção e incorporação da humanidade
na Família da Santíssima Trindade (Jo 1, 12-14).
Deus planeou a salvação da Humanidade,
diz a Carta aos Efésios, ainda antes da criação do Mundo (Ef 1, 4).
O Reino que havemos de herdar com Cristo foi preparado para nós,
diz o Evangelho de Mateus, desde a Criação do mundo (Mt 25, 34).
O plano salvador que Deus sonhou para nós, diz a Segunda Carta a Timóteo,
foi concebido desde os tempos primordiais (2 Tim 1, 8-9).
Mas este plano não foi conhecido dos antigos reis e profetas.
Apenas foi revelado aos crentes, com o acontecimento de Cristo,
diz o evangelho de São Lucas:
“Nesse mesmo instante, Jesus estremeceu de alegria sob a acção do Espírito Santo
e disse: “bendigo-te ó Pai, Senhor do Céu e da Terra,
porque escondeste estas coisas aos sábios e aos inteligentes
e as revelastes aos pequeninos.
Sim, Pai, porque foi do teu agrado.
Tudo me foi entregue por meu Pai e ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai,
nem quem é o Pai senão o filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.
Voltando-se depois para os discípulos disse-lhes:
“Felizes os olhos que vêem o que estais a ver. De facto, digo-vos eu,
muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não o viram,
ouvir o que ouvis e não o ouviram!” (Lc 10, 21-24).
A Carta aos hebreus diz que Deus, ao falar de uma Nova Aliança
declarou ultrapassada a Antiga.
Como o que se torna ultrapassado está prestes a desaparecer,
assim acontece com a Antiga Aliança (Heb 8, 13).
No livro do profeta Ezequiel Deus promete ao povo uma Nova aliança,
a qual será mais perfeita do que a Antiga:
“Lembrar-me-ei da Aliança que fiz contigo, no tempo da tua juventude
e estabelecerei contigo uma aliança Eterna (…)
Estabelecerei contigo a minha Aliança e então saberás
que eu sou o Senhor, a fim de que te lembres de mim” (Ez 16. 60-63).
Segundo o profeta Jeremias, a Nova aliança assenta em novos alicerces,
pois terá como fundamento um coração renovado pelo dom do Espírito Santo:
“Dias virão em que estabelecerei uma Nova Aliança
com a casa de Israel e a casa de Judá, oráculo do Senhor.
Não será como a Aliança que estabeleci com seus pais,
quando os tomei pela mão para os fazer sair da terá do Egipto,
aliança que eles não cumpriram, embora eu fosse o seu Deus, oráculo do Senhor.
Esta será a aliança que estabelecerei com a casa de Israel,
depois desses dias, oráculo do Senhor:
Imprimirei a minha Lei no seu íntimo e gravá-la-ei no seu coração.
Serei o seu Deus e eles serão o meu povo.” (Jer 31, 31-33).
A Nova Aliança, não é escrita em tábuas de pedra,
como a Antiga, mas será escrita no coração das pessoas.
São Paulo diz aos membros a comunidade de Corinto
que eles são uma carta de Cristo, escrita pelo Espírito Santo,
pois pertencem à Nova Aliança:
“A nossa carta sois vós, uma carta escrita nos nossos corações,
conhecida e lida por todos os homens.
Sois uma carta de Cristo confiada ao nosso ministério,
escrita, não com tinta, mas com o Espírito de Deus vivo.
Escrita, não em tábuas de pedra,
mas em tábuas de carne que são os vossos corações (…).
Na verdade, é Deus que nos torna aptos para sermos
ministros de uma Nova Aliança, não da letra, mas do Espírito,
pois a letra mata, enquanto o Espírito dá vida” (2 Cor 3, 2-6).
Segundo o plano da Nova e Eterna Aliança,
nós recebemos, através da Ressurreição de Cristo,
o dom definitivo da Salvação:
o Espírito Santo que nos incorpora na Família de Deus (Rm 8, 14-17).
Deste modo, diz São Paulo,
Cristo torna-se o primogénito de muitos irmãos (Rm 8, 29).
Aleluia!
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias
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