Deus Santo,
Louvado sejais pelo facto de Jesus 
ter vencido a morte no próprio acto de morrer.
Referindo-se à oração de Jesus no Jardim das Oliveiras, 
a Carta aos Hebreus diz que ele fez orações 
àquele que o podia libertar da morte
e foi atendido, devido à sua piedade (Heb 5, 7).
Para ser verdadeiramente uma vitória, 
a morte de Jesus tinha de acontecer em simultâneo 
com o próprio acto de morrer. 
E foi de facto o que aconteceu, 
pois Jesus não esteve um só momento sob o domínio da morte. 
A vitória de Cristo sobre a morte aconteceu pela acção do Espírito Santo 
em simultâneo com o próprio acto de morrer.
No evangelho de São João, o próprio Jesus se declara como Ressurreição e Vida:
“Jesus disse a Marta: Eu sou a ressurreição e a vida. 
Quem crê em mim, mesmo que tenha morrido viverá” (Jo 11, 25).
É verdade que os Apóstolos 
só fizeram a experiência da Ressurreição de Jesus 
ao terceiro dia após a sua morte, 
mas isto não significa 
que ele só tivesse ressuscitado três dias depois da morte.
A Primeira Carta de São Pedro diz que, 
no intervalo entre a sexta-feira Santa e o Domingo de Páscoa, 
Jesus não estava sob o domínio da morte. 
Pelo contrário, foi à morada dos mortos, 
a fim de ressuscitar os que estavam sob o domínio da morte (1 Pd 3, 18-19).
Graças à união orgânica que nos liga com Jesus, 
o Espírito Santo tem condições para unir a nossa ressurreição com a sua.
Jesus diz que esta união é idêntica à união que existe entre ele e seu Pai:
“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue fica a morar em mim e eu nele. 
Assim como o Pai que me enviou vive e eu vivo pelo Pai, 
também quem me come viverá por mim” (Jo 6, 56-57).
Eis a razão pela qual a vitória de Jesus sobre a morte é para ele e para nós.
A vitória de Jesus sobre a morte aconteceu no próprio acto de morrer.
Isto quer dizer que a ressurreição de Jesus 
é um acontecimento que se dá em simultâneo com a sua morte.
À medida em que, no alto da cruz, Jesus ia morrendo, 
a ressurreição ia acontecendo, pela acção recriadora do Espírito Santo. 
Na verdade, como diz a Carta aos Hebreus, 
Deus não permitiu que ele estivesse um só momento
 sob o domínio da morte (Heb 5, 7).
Podemos dizer com toda a verdade que 
a ressurreição de Jesus é a sua vitória sobre a morte.
Por outras palavras, a ressurreição de Jesus 
não foi um acto de dar vida a um morto, 
mas antes o processo de glorificação do Senhor no próprio momento de morrer.
À medida em que ia morrendo em Jesus 
aquilo que no Homem é mortal, 
o imortal ia sendo glorificado pelo Espírito Santo 
e assumido na comunhão da Santíssima Trindade.
A ressurreição de Jesus aconteceu em simultâneo com a sua morte, 
de tal modo que ao acabar de morrer o que em Jesus era mortal, 
o que nele era imortal estava totalmente ressuscitado.
Com efeito, a imortalidade e a ressurreição não coincidem. 
É verdade que apenas ressuscita o que no homem é imortal.
Mas a ressurreição implica a glorificação e assunção do homem 
na comunhão familiar da Santíssima Trindade.
As pessoas humanas que, porventura, 
estejam em estado de inferno são imortais, 
mas estão em estado de morte eterna e não na plenitude da vida.
Do mesmo modo, as pessoas que viveram e faleceram 
antes da ressurreição de Cristo eram imortais, 
mas só participaram na comunhão da Família Divina 
no momento da ressurreição de Jesus Cristo.
Deus Santo, 
Glória a Vós por serdes o Senhor da Vida.
Aleluia!
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias
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