Colaborar com o Deus Vivo: c) Deus, Fonte de Felicidade


“Pedi e recebereis, a fim de a vossa alegria ser completa” (Jo.16,24). À luz do Evangelho, ser feliz ou infeliz depende de nós. De manhã, ao acordar, posso decidir em grande parte ser feliz ou infeliz nesse dia. Tudo depende da higiene mental que começo por realizar. É importante começar o dia dizendo a Deus: “os pensamentos negativos não vão ter lugar na minha mente”; “eu sei, meu Deus, que estás em mim e que, pelo Espírito Santo optimizas as minhas forças”; “tenho a certeza de que este dia vai ser positivo para mim”; “sei que vou ser capaz de realizar as minhas tarefas, pois estou habitado pela tua força criadora”.

Eis uma maneira excelente para começar a viver um dia em que a experiência de Deus é, ao mesmo tempo, um apelo a cooperar com a acção do Espírito Santo em nós. Mas também podemos optar pela infelicidade, basta começar o dia dizendo e repetindo coisas deste tipo: As coisas vão muito mal. Nada surge de bom na vida. A nossa existência não é satisfatória. A Humanidade está a caminhar para o caos. Este mundo está perdido. Com esta atitude de espírito podemos ter a certeza de que esse dia será profundamente infeliz.

Se pelo contrário, a pessoa disser de modo consciente e decidido coisas mais ou menos como estas: “As coisas vão caminhar bem, pois Deus está em mim e por mim”. Quando vivemos com Deus, a vida é bonita e está cheia de coisas boas”. Se depois de nos repetirmos coisas deste género recordarmos coisas boas que a vida nos tem proporcionado. Podemos ter a certeza de que os acontecimentos deste dia vão ser uma fonte de felicidade para nós.”

A Bíblia insiste em que não devemos ter medo. Basta estarmos unidos a Deus, limpando a mente de pensamentos negativos e o coração de sentimentos de medo. Eis o que diz a primeira carta de São João: “No amor não há temor. O perfeito amor lança fora o temor. Com efeito, o temor implica castigo. O que teme não é perfeito no amor” (1Jo.4,18).

Jesus diz-nos que devemos ser confiantes como as crianças, tendo um coração simples e uma mente liberta. Quatro em cada cinco pessoas não são tão felizes quanto podiam ser. Muitas destas pessoas fabrica a sua própria infelicidade, deixando que a sua mente seja invadida por pensamentos negativos. Se desenvolvermos o hábito de excluir os pensamentos negativos, deixando emergir apenas os positivos, a felicidade surgirá e a vida ganha sabor a festa: “Nós sabemos que Deus coopera em tudo para o bem dos que o amam” (Rm.8,28).

A lei da felicidade é esta: “O hábito de limpar a mente de pensamentos negativos deixando emergir apenas os pensamentos positivos torna feliz a vida de uma pessoa”. Como a criação de hábitos depende de nós, podemos dizer que está nas nossas mãos o facto de sermos felizes ou não. É verdade que a plenitude da felicidade depende do facto de as energias de Deus poderem ou não circular livremente em nós. Mas isto não altera o facto de termos a última palavra na construção da felicidade. Com efeito, somos nós que facilitamos ou bloqueamos a circulação das energias de Deus em nós, dando lugar apenas a pensamentos saudáveis nas nossas mentes.

É importante seleccionar sempre pensamentos saudáveis. Lembremos as palavras de Jesus: “Felizes os que ouvem a Palavra de Deus e a guardam” (Lc.11,28). E ainda: “Sereis felizes se compreenderdes as minhas palavras e a praticardes” (Jo.13,17).

A maneira mais nobre de criar felicidade é amar: “Por isso te digo: os seus pecados são perdoados, pois deu provas de amar muito. Ao que ama pouco, pouco lhe será perdoado” (Lc.7,47). Mantenhamos o nosso coração livre de ressentimentos e desejos de vingança, bem como a mente livre de pensamentos negativos de medo e ansiedade. Fazendo isto podemos ter a certeza de estar prestes a fazer experiências profundas de felicidade.

Tem mais facilidade em caminhar para a felicidade a pessoa que vive com simplicidade, não é ambiciosa e dá muito de si: “Há mais felicidade em dar do que em receber” (Act.20,35). Se procurarmos encher o coração com o amor a Deus e aos irmãos, se procurarmos esquecer-nos um pouco de nós, pensando nos outros, vamos fazer experiências espantosas de felicidade num curto espaço de tempo. Jesus ensinou-nos isto com uma sabedoria infinita: “Felizes os pobres de espírito; felizes os mansos; felizes os que choram; felizes os que têm fome e sede de justiça; felizes os misericordiosos; felizes os puros de coração; felizes os que promovem a paz; felizes os que são perseguidos por causa da justiça” (Mt.5,3-12; Lc.6,20-26).

Jesus inverte os critérios do mundo sobre a questão da felicidade. O Senhor estava seguro sobre o que ensinava. Sabia que estava oferecendo ao homem a via da felicidade, isto é, a participação na própria felicidade divina: “Digo-vos isto para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja plena” (Jo.15,11). A felicidade é tarefa. A sua plenitude não pode acontecer sem Deus. Mas a decisão para virmos a ser felizes ou não, é nossa. Deus já nos ofereceu o dom da plenitude em Cristo. A realização é nossa. Ninguém nos pode substituir nesta tarefa.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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