a) A Criação No Antigo Testamento
b) A Criação no Novo Testamento
c) A Criação na Patrística
d) Da Escolástica à Idade Moderna
a) A Criação no Antigo Testamento
O grande testemunho da fé do Antigo Testamento na criação é o relato do Génesis, o qual é apresentado em forma de uma cosmogonia, a única em toda a Bíblia (Gn 1, 1-2,4-a). Este texto apresenta-se-nos como uma espécie de descrição retrospectiva das origens. O autor procede como se tivesse assistido aos primórdios da criação.
Durante séculos interpretou-se esse texto à letra como se fosse uma descrição pormenorizada dos acontecimentos primordiais. No entanto, a revolução copernicana primeiro, a visão evolucionista de Darwin e o progresso das ciências cosmológicas e astrofísicas, tornaram totalmente inviável uma leitura de tipo histórico do texto do Génesis. O contraste entre o relato bíblico e os dados científicos eram demasiados grandes para proceder através de simples concordismos.
Posta de lado a simples interpretação literal do texto, o relato deixou de ser entendido como um relato de ciências naturais que nos descreve o modo como aconteceu a criação. Trata-se, pelo contrário, de uma reflexão da fé com uma veste literária própria dos procedimentos de épocas remotas. O conteúdo de fé subjacente a este texto é digno de toda a credibilidade.
Não é possível utilizar o relato bíblico da criação para afirmar que a Bíblia ensina a criação do mundo em seis dias, ou que a luz apareceu antes das estrelas ou ainda defender como verdade de fás o fixismo criacionista. Quando pronunciamos o credo dizemos: “creio em Deus Pai criador do Céu e da Terra”. Com esta afirmação não estamos a dizer o modo como aconteceu a criação, mas a confessar a nossa Fé em Deus. É exactamente o que se passa com relato do Génesis sobre a criação... (Ler o Texto Completo)
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